sábado, 6 de abril de 2013

SOBRE A REPÚBLICA




            Quando criança vivi numa família que assumia cargos políticos em minha cidade, cresci ouvindo meu pai dizer que fazer política era servir ao bem comum, achava aquilo tão bonito que me fascinava sobremaneira, quando descobri que vivia num regime chamado República fiquei orgulhosa em saber que  significava o governo de todos e estava relacionada a coisa pública.


            Com o tempo vi que existia uma discrepância entre os fundamentos teóricos e a prática, principalmente no Brasil, onde a República foi instaurada através de um golpe defendendo interesses de poucos e não do povo propriamente dito. Mas a virtude republicana corresponde ao meu ideal político. Cada vida encarna a dignidade  da pessoa humana que se encontra acima de tudo e de todos os outros interesses.


            Qualquer prática que defenda interesses particulares degenera o ideal republicano. A pessoa humana livre, criadora e sensível é quem detém o poder de escolha dos sistemas, mas efetivamente na prática as massas continuam arrastadas por uma dança infernal de imbecilidade e embrutecimento. Mas creio profundamente na humanidade. Sei que o câncer que corrói os interesses públicos colocando-os abaixo dos particulares há muito deveria ter sido extirpado.


            E quem são os culpados? Na atualidade são vários: sistema de ensino, imprensa, mundo dos negócios, mundo político. Tenho forte amor pela justiça e pelo compromisso social e cada vez mais o cenário de nossa era é difícil em tempos em que a humanidade se apaixona por finalidades irrisórias que têm por nome a riqueza, a glória e o luxo. 

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