quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A MÚSICA ELETRIZANTE DE JIMI HENDRIX


            Hendrix foi um guitarrista negro canhoto, que criou ao longo da carreira um completo vocabulário de estouros sonoros. James Marshal Hendrix nasceu em 1942 nos Estados Unidos e ganhou sua primeira guitarra aos 12 anos. Em suas primeiras gravações esteve ao lado do bluesmen do sul e das bandas negras do Sul como em B. B. King e Little Richards.



            Sobre essas raízes Hendrix desenvolveu um estilo de alta sonoridade, hipnótico e floreado que atingiu um público fundamentalmente branco. Depois de ouvi-lo numa boate de Nova York, ele foi levado a Inglaterra onde formou o trio Jimi Hendrix. Adoro seus vídeos são eletrizantes Hendrix tocava a guitarra até com os dentes e atrás da cabeça deixando perplexos seus colegas guitarristas e o seu público como um todo.



            Gosto do seu jeito fluido de tocar, com muita improvisação e uma sonoridade singular que buscava muitas vezes o feedback do próprio amplificador, transformando completamente a paisagem sonora do rock. Morreu prematuramente em 1970 numa mistura fatal de drogas e álcool. Deixou uma concepção absolutamente original do blues elétrico e uma imagem que marcou a década de 60 e toda uma geração e ume estilo.

           Morreu prematuramente em 1970 numa mistura fatal de drogas e álcool. Deixou uma concepção absolutamente original do blues elétrico e uma imagem que marcou a década de 60,  toda uma geração e um estilo.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

OS MELHORES FILMES DA INFÂNCIA


Quando eu era criança em fins dos anos 1980 e início dos anos 1990 a era da informação já estava consolidada a televisão era meio de entretenimento de várias crianças, apesar de ser mais afeta aos livros, ver esses filmes era o que mais fazia com o meu irmão. Acredito ser daí o embrião da minha paixão pelo cinema, alimentada pelo nível de informações do século XXI, que para Morin é o século da imagem. Acho que o cinema na minha infância contribuiu de sobremaneira para a formação do meu saber e da minha formação de caráter informacional e visual, além de despertar o aprofundamento para a arte em si.


Todos esses filmes foram revistos inúmeras vezes e lembro que como toda criança decorava falas, cenas e as repetia com meu irmão ou para as pessoas de casa, fui muito feliz nessas tardes, e hoje quando entro no cinema, essa felicidade é reacendida, assim como o aprofundamento dos meus estudos da arte cinematográfica.
                       

1-    Os Fantasmas se Divertem (1988)- esse filme decorei quase todas as falas, músicas e Besouro Suco exercia um fascínio mais que especial, pela irreverencia, cores e astúcias. Hoje vejo que foi que Tom Burton foi extremamente criativo com os cenários loucos, o uso de cores, e a sua marca registrada que são os planos metafísicos. A história é simples, um casal morre e continua na mesma casa, a filha dos novos moradores consegue vê-los e os ajuda a melhorar. A história é simples, aparentemente bobinha, mas, tão gostosa e descompromissada com personagens que ofuscam quaisquer problemas. A caracterização dos personagens é fantástica, principalmente de Besouro Suco e o que não falta são homens de cara verde, cabeças gigantes e outras minúsculas. Enfim, o que não falta são as geniais bizarrices do Tom Burton.


2-    Independência ou Morte (1972)- lembro que esse filme passava especialmente no dia 7 de setembro, eu adorava esse dia, primeiro porque via o desfile, e depois o filme, que retratava um importante episódio da história do país. Acho que gostava tanto porque história era minha disciplina predileta na escola. Hoje sei que o filme foi feito em tempos de Regime Militar, e reconheço as limitações técnicas da película, mas o mais importante é buscar aquilo que o filme se propõem como discurso histórico. Independência ou morte nos mostra um país nascido naturalmente, a partir da vontade de um único homem, sem qualquer cisão interna, salvo, as maledicências em torno do Imperador e do seu romance com a Marquesa de Santos.


3-    Elvira a rainha das trevas (1988)- é outro filme bizarro e a cara da Sessão da Tarde, uma comédia que tinha um mulher diferente, como diva e protagonista, na época lembro que eu já entendia que o bem e o mal dependem do lugar que você está. É daqueles filmes que você assiste inúmeras vezes e ainda assim, é divertido. O interessante é que o filme critica bem o preconceito daquilo que é diferente. Elvira é sexy sem ser vulgar e faz isso com graça e beleza, provando ser ela, a mais pura dentre os hipócritas que a condenam.



4-    Indiana Jones e a Última Cruzada (1989)- tudo nesse filme era interessante, da aventura que me tornava atenta, ao descobrimento de outras culturas, pela história do Santo Graal que possibilitaria a imortalidade, e a libertação do pai de Indiana, meu primeiro contato com Sean Connery. Hoje considero ser esse o melhor filme da série, e entendo também que a magia da película se deve a riqueza da mitologia em torno do graal, as cruzadas e os cavaleiros templários. Além da luta contra os nazistas. Revisto hoje, o filme ainda continua charmoso como na época do seu lançamento, provando que aventuras bem escritas não envelhecem.



5-    Conan o Bárbaro (1982)- esse filme era tão maravilhoso para minha vida de criança que as imagens passavam dias em minha cabeça cada vez que o via. Schwarznegger está brilhante no filme em que considero como sendo o seu melhor. Conan é uma força da natureza, o anti herói sem surpresas, é exatamente como se apresenta um bárbaro guiado por um senso de honra, sem jeito para as coisas do mundo civilizado, ligado a mulheres e comida. Grande filme subestimado pela crítica.



6-    Os Saltimbancos Trapalhões (1981)- esse filme é de uma graça ímpar seja pela atuação do quarteto de humor ingênuo formado por Didi, Dede, Muçum e Zacarias, seja pela trilha sonora que realmente é o que gosto no filme, decorei todas as músicas e Lucinha Lins interpretando uma gata é a minha primeira lembrança de um musical. Acho que esse é o melhor filme dos Trapalhões e uma das melhores comédias feitas no país, aqui tudo é uma graça só. Com ele me encantei, ri e me emocionei. Hoje depois de adulta esse filme ainda me emociona, pela bela singela e a magistral trilha sonora de Chico Buarque.


7-    Esqueceram de mim (1990)- lembro que nesse filme eu que sou de cidade pequena, ficava impressionada com a grandiosidade da Cidade de Nova York. A mensagem central é a de um menino aprendendo uma lição sobre a importância da família, que ele antes queria desaparecesse. Mas, dando muita diversão para o expectador. É o melhor filme do tipo, outros que tentaram imitá-lo não ficaram tão bons. Era roteiro certo no Natal, boa pedida para as crianças de hoje.


8-    A família Adams (1991)- além do tema macabro que eu gostava quando criança, amava esse filme pela Mortícia Adams, interpretado magistralmente por Anjelica Houston. Na verdade a família toda é uma graça como não gostar de Gomes um homem incapaz de negar algo a esposa, como não se divertir com as brincadeiras sádicas de Vandinha com o irmão Feioso. A parte mais interessante, na minha opinião, era ver que os personagens eram taxados de bizarros e de má companhia simplesmente por serem diferentes, sendo que a todo momento haviam evidências apontando o contrário disso. Eles eram pessoas legais, hospitaleiras e que se preocupavam com o bem-estar da família e dos outros.





segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O ÓDIO NO BRASIL


            Na década de 1930 foram produzido três grande livros sobre a história do Brasil: Casa Grande e Senzala, Raízes do Brasil e Formação Econômica Brasileira, em 1936 quando foi lançado pelo Sérgio Buarque, Raízes do Brasil, deu margem a um debate dizendo que nós brasileiros éramos homens cordiais e a característica da cordialidade seria a generosidade e a nossa civilidade destacado por todos os visitantes do século XVIII e XIX. Em essência ele diz que somos O Homem Cordial, o que  pode ser interpretado como uma leitura conservadora que nega a violência, sentimentos de ódio que vão do racismo ao preconceito social.



             O pensamento de Sergio Buarque parecia ocultar o fato que nos desenhos de Debret no século XIX, na repressão ao Quilombo dos Palmares no século XVII, na forma em que se mata Zumbi, na própria instituição da escravidão havia uma característica de ódio. Quando houve a repressão a Canudos, a maneira com que se executou todo o Arraial, chegando a se sepultar a memória da cidade com uma represa que vai cobri-la, havia um ódio profundo. Na Guerra do Contestado se usa inclusive avião para reprimir gente brasileira, quando se reprime o cangaço com violência e especialmente ao bando de Lampião com a decapitação, mostra que não são cenas de um país pacífico.



            Na verdade essa discussão de nossa pacificação é fruto de um preconceito construído. Na Cabanagem, Balaiada, revolução de 32 de São Paulo, não é utilizada em nenhum momento a expressão Guerra Civil. Sempre visto como movimentos isolados, mas não Guerra, nos viveríamos apenas agitações. Mas vivemos na verdade, uma situação de violência, matamos o equivalente a um Vietnã só no trânsito, mas temos como característica central que a violência é sempre do outro. No Brasil temos ódios econômicos, sociais e políticos, mas temos um generalizada incapacidade de perceber o ódio em nós, mas uma capacidade profunda de nota-lo no outro.



            Hoje somos capazes de assistir cenas de luta em que homens se esbofeteiam até ficar ensanguentados e ao invés de sermos internados com transtorno violento nos pagamos ingressos para isso no pay per view. É a violência, especialmente a masculina que nos seduz e que nos deleita. Mas entendemos que a violência é sempre no outro, no vizinho, no síndico, na esposa ou no namorado, nos filhos que nos respondem com agressividade, dentro de nós intuímos que somos sempre um poço de equilíbrio e cordialidade. O que mostra que nossas narrativas sobre nós são sempre pacíficas. Dai penso em Hannah Arendt quando dizia que o mal não está inteiramente fora das pessoas, não seria um monstro de olhos verdes como Shakespeare definiu o ciúme, o mal é banal, comum, está disseminado.




            Penso que o que existe no Brasil é uma dualidade cínica entre cordialidade e violência, entendo que um caminho para minimizar esse fosso seria parar de fingir que as pessoas não têm preconceito, que não existe violência, diferença de renda, se vivemos em um sistema classificatório e diferenciador o preconceito nos atinge, reconhece-lo é o primeiro passo para a superação. 

domingo, 26 de janeiro de 2014

O BRASIL DE DEBRET




            Estive pensando e vi que a formação da minha iconografia visual foi como a maioria dos brasileiros, influenciada pelas imagens de Jean Baptiste Debret (1768-1848) ele é conhecido como um dos mais importantes artistas europeus que estiveram aqui no século XIX, na chamada Missão Francesa. Sua produção é composta de farto material visual e textual que realizou sobre o Brasil da época. O interessante é que como ele é conhecido do público não sendo sua produção é utilizada como fonte visual para carros alegóricos de carnaval, capas de discos, aberturas de novelas, estampas variadas de objetos do cotidiano entre outras.


            Viveu quinze anos no Brasil ao chegar em 1816 ele esperava realizar muitas pinturas históricas para d. João do mesmo modo que tinha feito na França para Napoleão, mas o único quadro histórico que a família real encomendou foi o quadro de D. Pedro I. Gosto de sua obra porque no tempo em que esteve aqui se interessou em retratar imagens do cotidiano do Rio de Janeiro o que significava, em grande parte, retratar os escravos que representavam a grande maioria da população da cidade.



            Seus registros mostram as escravas vendedoras, os cariocas no carnaval, os castigos impostos aos escravos, senhores da elite, índios mestiços, tudo que estava ao seu alcance na nascente sociedade brasileira. Embora sua visão seja de estranhamento eurocêntrico com a cultura brasileira sua importância para as artes e a historiografia nacional é notável, seu trabalho retratou o Brasil por meio de sua beleza exótica, sua história natural, e por representações minuciosas da cultura, e dos costumes do povo brasileiro.


            Não posso no entanto, deixar de dizer que sua iconografia foi manipulada para estabelecer relações preconceituosas com os núcleos indígenas e afro brasileiros contribuindo para o fortalecimento do mito das três raças que vê a sociedade brasileira como um todo homogêneo mestiço e coeso.