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segunda-feira, 17 de junho de 2013

UM FURACÃO CHAMADO FRIDA KAHLO






            Frida Kahlo é uma daquelas mulheres que pelo fato de existirem já chamam atenção sem muito esforços, conhecia um pouco de sua biografia de sua obra, e aprofundei esse conhecimento quando vi o filme Frida (2002) estrelado por Salma Hayek e Alfred Molina que faz o papel de Diego Rivera, marido de Frida. Frida nasceu no México em 1097 e não gostava de ser vista como filha da Revolução, tratava-se de uma revolucionária que acreditava ser capaz de mudar o mundo principalmente o seu próprio mundo.


            Sua vida foi marcada por tragédias, como um grave acidente de ônibus que partiu sua coluna obrigando-a a ficar impossibilitada. Começou a pintar quando sua mãe colocou um espelho perto de sua cama e  sempre pintou a si mesma, considerando que sempre fez o que via, o que sentia, sua vida, suas angústias seus anseios e o tumultuoso amor pelo seu infiel marido.


            O filme mostra a conturbada relação com o seu marido pintor, suas infidelidades que iam de um relação com uma modelo que ele estivesse pintando até com sua própria irmã. Para compensar a infidelidade do marido o filme mostra suas também relações extraconjugais com o revolucionário Trotski e outros homens e mulheres.


            A obra de Frida Kahlo foi considerada por críticos como surrealista, mas a própria autora nunca a considerou assim, acreditava pintar somente sua própria realidade. Isso fica evidente quando pintou muitas vezes o tema de filhos uma de suas maiores dores é não ter conseguido ser mãe, embora tenha engravidado. Em suas obras sempre procurou ressaltar as tradições e cores de sua gente o México.


 Frida era uma mulher real que tinha uma vida marcada pela luta constante da superação, os casos extra conjugais de ambos não refletem os padrões de um casal tradicional, eram artistas e suas visões de mundo refletiam outros interesses. Seus auto retratos mostram que sua arte buscava acima de tudo uma integração consigo mesma, a busca constante de uma liberdade quando dizia para que preciso de pés se tenho asas para voar. O filme presta um grande serviço a obra de Frida e ao conhecimento de sua pessoa pelo grande público. 

domingo, 14 de abril de 2013

IMPRESSÕES DO BRASIL DE JK ATRAVÉS DO CINEMA NACIONAL ANTIGO





Já disse em vários momentos aqui no blog, que sou como dizem hoje, retrô por excelência, foi antigo, de outra geração, já me interessa, imagine se houver a combinação entre cinema e produção nacional antiga, é a maravilha. Vi no You tube o filme Entrei de Gaiato de 1959, uma chanchada (gênero de comédia nacional) passando por musicais com cantores da época como Moacir Franco, Linda Batista e Emilinha Borba.


Os atores principais são os comediantes Zé Trindade e Dercy Gonçalves, que interpretam seus papéis sem grandes esforços. O que me impressiona é o enredo construído com base na esperteza, malandragem e perspicácia do famoso jeitinho brasileiro, onde os vigaristas Dercy e Trindade tentam se hospedando num hotel de luxo, aplicar golpes, para se dá bem e sair da situação de penúria em que vivem. O filme hoje parece mais ingênuo e infantil do que nunca, o pano de fundo é o carnaval do Rio e a mudança da Capital para Brasília, como pode ser visto na música interpretada por Grande Otelo Maria Brasília.


Na verdade, o filme, faz uma sátira a situação da época o governo JK e a corrupção da construção de Brasília quando o Coronel JJ (Zé Trindade) aparece no hotel com uma mala cheia de tijolos, e ainda diz aqui tem mais tijolo que a construção de Brasília. O que fica claro são as mudanças da época num mundo de transição entre a morte de Getúlio, o Governo de JK e a construção do modo de produção capitalista brasileiro.


O humor apresenta-se com uma função social notável como instrumento de crítica política na história, como manifestação da nossa cultura de massa dos anos JK. A comédia musicada carioca, principalmente através das marchinhas carnavalescas e sambas de todos os tipos, mostra que para que todo esse humor e crítica ser possível havia liberdade de expressão no Governo JK, possível para as estripulias de Dercy Gonçalves e Zé Trindade.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

BELLE ÉPOQUE À BRASILEIRA.





         A Belle Époque é conhecida como um momento de trajetória na história francesa, no Brasil surgiu com a República e foi sendo rompido após o movimento modernista dos anos 1920 e 1930. Foi um momento de florescimento do belo de avanço e de paz, nesse período, o Brasil avançou nas relações com a França. É o momento que surgem novas descobertas e tecnologias e o cenário cultural fervilha. Paris é o centro da cultura mundial com seus cafés concertos, balés, operas, livrarias, teatros e alta costura. No Brasil uma publicação de circulou de 1907 a 1945 expressava esse momento, notadamente à sociedade carioca. Tinha o nome de FON FON, como alusão as buzinas dos automóveis considerados meios de transporte muito modernos para a época.


A revista se apresentava como “semanário alegre, politico, critico e esfusiante, noticiario avariado, telegraphia sem arame, chronica epidemica”. A publicação apresentava em primeira mão as últimas novidades de Paris, enfocava sobretudo a moda, os estilos e a mudança de vida da burguesia carioca. Por suas páginas desfilavam os tipos da cidade, damas, políticos, filhas de políticos e rapazes da “alta sociedade”, assim como todo tipo de esnobismo. Tinha preocupação também em elucidar fatos políticos da época e nas primeiras páginas trazia “vultos” do cenário político internacional como, por exemplo, representantes da decadente nobreza europeia.


O Rio de Janeiro era o cartão postal da República, e a sociedade adotou o estilo de vida da Belle Époque, o importante era se comportar como um aristocrata europeu. No periódico as propagandas foram o que mais me chamaram à atenção e mostram que o carioca deveria vestir-se como aristocratas e dândis e consumir mercadorias de luxo. Na edição de fevereiro de 1910 a joalheria Esmeralda, anuncia a venda de joias brilhantes e relógios a preços pela metade. Na edição de 03 de fevereiro de 1920 anuncia que um Chevrolet pode ser um amigo excelente pronto a prestar os seu uteis serviços, com conforto, satisfação e economia.



A jovem mulher da Belle Époque deveria ser bem educada e seguir as idiossincrasias de falar corretamente a língua francesa, possuir gosto para a limpeza e o autocuidado além de saber falar tão bem que num grupo todos deveriam parar para ouvi-la. Andar na moda era usar os grandes chapéus cloche e os homens importar suas camisas direto de Paris. A euforia dos novos tempos também chegou à mesa pratos como Virado de Feijão com Ovos e Linguiça viraram Méro sauce d’Artagnan ou Riz au Four à la Kyrial, era uma forma de tornar elegante a apresentação do prato.



Hoje ao ler os exemplares do periódico percebo a necessidade que o novo regime político tinha de parecer moderno, era preciso banir tudo o que fosse alusivo ao antigo regime, e para isso não bastava às reformas urbanísticas do prefeito Pereira Passos, era preciso mudar o estilo de vida, haveria a necessidade da construção do consumo do supérfluo. Os prestígios da cultura da época, do povo francês fariam do Rio de janeiro, capital da República um lugar moderno.