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terça-feira, 12 de agosto de 2014

MEIA NOITE EM PARIS DE WOOD ALLEN


            Meia Noite em Paris (2011) é daqueles filmes que emanam toda a magia e sedução do cinema. Wood Allen chega a Cidade Luz para contar a sua mais bela história de amor em anos não tendo medo de carregar nas tintas do realismo mágico. Seu alter ego chama-se Gil (Owen Wilson), um roteirista norte americano frustrado noivo de Inez (Rachel McAdams), que pretende morar em Paris, mas ela discorda totalmente da ideia. A Cidade exerce um fascínio tão grande sobre Gil que ela acaba fazendo uma viagem aos anos 1920 e lá encontra os principais escritores e artistas da época, além de encontrar a si mesmo.



            Nessa viagem aos anos 20 ele encontra de forma casual os escritores F. Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway, o músico Cole Porter, o pintor Pablo Picasso e o cineasta Luis Buñuel, entre outros. A naturalidade dos encontros é o elemento cômico do filme, mas Allen pretende encantar muito mais do que fazer sorrir. Quando ele mostra os consagrados artistas em seus aspectos mais humanos invejosos ou envolvidos em enlaces amorosos. Vê-los como pessoas comuns, é aí que está o encanto da película, de forma simples sem necessidade de efeitos especiais. 


            Paris é o cenário perfeito para essa história ser contada, com a preservação de antiguidades e palco de diversas manifestações e movimentos artísticos. Marion Cotillard é quem faz a melhor atuação do filme na figura da bela Adriana uma moça dos anos 20 estudante de Alta Costura que seduz Gil, teria servido de modelo para um quadro de Picasso e atrai olhares do seu mundo de convívio. Adriana e Gil vivem uma história de amor que parece impossível, mas acredito ter sido possível porque a partir do encontro dos dois é que eles se encontram, mesmo em mundos e épocas diferentes.



            Gil é um homem inseguro, indeciso, mas que sabe o que quer da vida. Escrever um romance, deixar de escrever roteiros de cinema e morar em Paris. E ele escolhe ficar, na cidade encantadora mesmo quando está chovendo onde cada esquina serve de inspiração artística seja para pintores, escritores ou cineastas. Filme adorável de magnífica inspiração.

segunda-feira, 3 de março de 2014

JOSEPHINE BAKER: A VÊNUS NEGRA


Os anos 1920 são para mim um período de admiração e curiosidade já falei outras vezes aqui no blog sobre essa época, há tempos vinha pensando em escrever um texto sobre Josephine Baker mulher ambivalente complexa e multifacetada. Grande estrela do período. Sem levantar bandeiras políticas ou se engajar no movimento de emancipação feminina, assumia um comportamento vanguardista. Seus biógrafos contam que era uma mulher de personalidade forte, dinâmica, extrovertida e desprovida de maiores pudores. Quando sentia atração por um homem, fazia sexo com ele.



Josephine Baker nasceu em 1906 nos Estados Unidos no Estado de Missouri. Filha de uma afro americana de descendência indígena e um músico negro passou a infância num ambiente de penúria. Foi garçonete e deixou sua terra natal com um grupo de artistas mambembes. Fez algumas apresentações americanas, passou por dificuldades financeiras e  na década de 1920 vai para Paris. Em 1925 a jovem sorridente e de olhos esbugalhados explodia no palco com uma energia vulcânica.



Vendo seus vídeos hoje para mim ainda parecem impactantes é uma mulher que mexe com as emoções explorando suas habilidades pantomímicas, fazia caretas, contorcia-se, remexia-se e gingava-se freneticamente de um lado para outro. Balançava as nádegas ao som sincopado do jazz e do Charleston, a mais nova sensação musical do momento. O interessante é que ao vê-la em cena as plateias francesas ficavam em estado de excitação, convictas que tinham encontrado algo novo, insólito, porém fascinante e hipnotizador. Ao que parece ela era o arquétipo de uma nova fantasia moderna, fonte de prazer, vitalidade, desprendimento e liberdade.



A performance de Baker nos palcos não passava silenciosa. Misto de teatro, dança e música, a linguagem artística de seus espetáculos fundia elementos corporais e sonoros afro, mas extremamente criativos e engenhosos. No final da década de 1920 o sucesso da Vênus Negra era engenhoso foram lançados perfumes, brilhantinas, roupas e bonecas com sua marca. Seu cabelo alisado e grudado a cabeça tournou-se a moda do momento entre as mulheres. Pela primeira passou a ser bonito substituir a brancura da pele pela aparência bronzeada.  




Foi uma dessas mulheres liberadas dos anos 1920 que não se submetia a códigos de conduta. Foi alvo de alvo de diversas polêmicas de natureza moral. Referência indiscutível do movimento artístico do século XX, o Modernismo, foi uma das mulheres mais cultuadas do período. Era sobretudo, um espírito iluminador, símbolo do cosmopolitismo artístico-cultural da vez. Ícone moderno, mulher enigmática e grande artista.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

QUANDO LI Paris é uma Festa DE ERNEST HEMINGWAY



            Esse livro é de uma beleza sem igual, primeiro porque é o relato da Cidade de Paris em todo o seu esplendor, depois porque é situada nos anos 1920 período do desabrochar das mudanças e transformações do mundo moderno, além do inegável caráter autobiográfico, do escrito americano Ernest Hemingway. Na época Hem como era chamado pelos mais íntimos buscava em Paris um ambiente favorável aos intelectuais e artistas. Acompanhado de sua esposa Hadley, já escrevia e procurava se adaptar a um ambiente intelectualizado. O livro foi publicado postumamente e isso o torna ainda mais especial.


            Paris se torna quase palpável aos nossos olhos após a leitura da obra, ele traça os caminhos por onde andou, as ruas que caminhava, os cafés que frequentava e os amigos com quem convivia. É o charme da vida boemia em que Hemingway era capaz de deixar de comer, mas não de tomar um vinho. Quando sentava num café, poderia deixar render toda manhã só para poder observar a irresistível Paris dos anos 1920 e escrever o que quisesse sem normas ou qualquer regra.


            A leitura é cativante, trata-se de uma espécie de diário descontínuo, os cafés que ele convivia era frequentado por grandes nomes da arte do período como: Scott Fitzgerald e Gertrude Stein, pessoas que Hemingway revela detalhes indiscretos de suas vidas. O bom do livro é mostrar o homem por traz do escritor, aquele que frequentava cafés em meio a amigos, vinhos e caderninhos de nota de capa azul para anotar as ideias que fervilhavam.


             A leitura de Paris é uma Festa pode ser uma porta de entrada para outros textos do Hemingway, além de ser uma fotografia minuciosa da Paris dos anos 1920. Uma coisa é certa, conhecer Paris todos nós podemos, mas uma cidade em que conviviam as maiores cabeças da arte do século XX e ainda nos dá a sensação de fazer parte dessa turma só Hemingway é capaz. Digo sem exagero minha vida ficou mais bonita após viajar com ele de mãos dadas por esse período. Se você quando jovem teve a sorte de viver em Paris, então a lembrança o acompanhará pelo resto da vida, onde quer que você esteja, porque Paris é uma festa ambulante.