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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

FILOSOFIA E PENSAMENTO FILÓSOFICO



Comecei um curso de filosofia a alguns dias e algumas pessoas me perguntaram para que serve? Daí eu mesma me perguntei para que serve a filosofia hoje? Se a medida de todas as coisas é a praticidade imediata, o pragmatismo. Na contemporaneidade a filosofia parece anacrônica e nonsense, mas isso não é uma responsabilidade da filosofia, mas da nossa época.


Há tempos que pensar é considerado desimportante, o mundo ideal tem necessariamente uma finalidade prática. Talvez uma das dificuldades para se fazer filosofia é o fato que independe da vontade o amor ao saber. A filosofia envolve a nossa capacidade de sentir de sermos tomados por afeto. E isso desconstrói a ideia recorrente de que filosofia é algo altamente intelectualizado, voltado apenas para a racionalidade ou a erudição.



Pensar pode ser arriscado e o grande perigo é você perder a segurança sobre certas verdades. Nessa época de relativismo em diversos campos do mundo social, uma das tarefas da filosofia é mostrar que é possível a construção de novos paradigmas. A crise da nossa época aponta que o olhar de admiração do filósofo está em processo de extinção. A filosofia nos mostra que o mundo é agressivo, e como elemento norteador que nenhum princípio é inquestionável. O estranhamento do mundo ainda é a grande jogada da filosofia. 

segunda-feira, 16 de junho de 2014

A ÉTICA SOCRÁTICA NOS TEMPOS ATUAIS


            Ética significa sem rodeios ou grandes dificuldades “estudo dos hábitos e de suas normas”. Na vida real, a palavra ética surge quando nada mais se tem a dizer, e seu significado é quase nulo. Em meio ao impasse da crença culturalista de que o mal em si não existe porque tudo é construção social, portanto objeto de manipulação retórica e midiática, vivemos a pulverização dos critérios de valor. O conflito entre relativismo e universalismo ético sempre rasgou a reflexão filosófica desde o emblemático embate socrático-sofista.



            Os sofistas definiam a verdade como o efeito da retórica de um indivíduo sobre outro e afirmavam ser o ser humano “a medida de todas as coisas”. O filósofo via nisso uma raiz da barbárie: a elevação da retórica ao nível de norma de construção social de valor que implicaria no niilismo vulgar da sabedoria interesseira. Temos ai uma séria dúvida quanto a viabilidade moral da democracia para além de um sistema que se afoga na retórica.




            Sócrates defendeu a busca de ideias universais e racionais (o bem, a justiça, a sabedoria...), mesmo que essa busca se definisse antes de tudo, pela consciência crescente de uma certa ignorância. Devo ser capaz de reconhecer que quanto mais sei, mas sou capaz de perceber quanto ainda preciso saber. A orientação ética é clara: superar a desordem de um sistema baseado no somatório de opiniões superficiais e na racionalidade interesseira. Em tempos atuais Sócrates continua mais necessário do que nunca. 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

FOUCAULT: SUBJETIVIDADE, VERDADE E PODER

            Foucault sempre foi referência em meus estudos acadêmicos gosto de sua filosofia porque apresenta originalidade à medida que resolveu fazer antes a história do sujeito. Como Nietzsche um dos seus pontos de partida iniciais é a figura de Sócrates. Na filosofia ateniense estariam os fundamentos para o pesquisador encontrar as razões pelas quais se configurou a modernidade.



            A leitura de Foucault em torno de Sócrates se desenvolveu principalmente em lições próximo ao fim de sua vida. No curso no College de France ele diz que o conhece-te a ti mesmo de Sócrates estava em sua época relacionado à um trabalho exclusivamente ético e moral, ao cuidado de si, dentro dos preceitos da construção do eu. Nas regras para a vida correta, na preocupação com a alma, nos modos de prestar atenção a si mesmo e exercer com sabedoria o auto governo.



            Ele acredita que a modernidade desviou essa máxima socrática, desviando o cuidado de si, da filosofia como uma construção de vida voltada para a felicidade e a perfeição. Para os modernos o importante sobre o si mesmo é conhece-lo e o importante da filosofia é conhecer. Para Foucault a Modernidade seria marcada por uma nova forma dos indivíduos com o corpo e com os impulsos. Seu pensamento é tão grande e importante para a nossa contemporaneidade que traça a ideia que vivemos sob um poder que se exerce negativamente, para abafar potencialidades, dando a ideia de que o futuro parece não existir, sendo apenas resto daquilo que ainda não foi esmagado pela repressão dos tempos modernos.