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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O LUXO AGORA É PARA TODOS



            Ontem fui almoçar no restaurante chinês da minha Cidade, dizem que se mede o tamanho da cidade quando os chineses chegam para montar seus empreendimentos. Por ser domingo tinha várias famílias que pareciam ter vindo de bairros nas proximidades do Centro da Cidade local, onde fica o restaurante. Percebi um fato curioso muitas mulheres usavam bolsas com monogramas da marca Louis Vuitton. Finalmente o poder e ascensão social vendido pelo mercado de luxo é uma necessidade de todos.



            A marca Louis Vuitton surgiu na França no fim do século XIX, uma época de prosperidades, hotéis e lojas de luxo atendiam às necessidades ampliadas dos moradores que tinham dinheiro. Eugéne a imperatriz, foi uma das primeiras clientes do maleiro, e lhe deu o status de fornecedor preferido de Sua Majestade Imperial. Quando a Imperatriz chegou à Inglaterra causou novidade e cobiça com a suas malas feitas sob medida para suas necessidades.



            As malas de viagem usadas até então, eram feitas de madeira e geralmente cobertas com pele de leitoa, e empilhadas de qualquer forma chegavam ao destino sujas e desgastadas. Um embrião da classe média surgiu e essa nova classe viajava cada vez menos de carro ou a cavalo. Embarcavam de trens barcos a vapor e transatlânticos, rumo a destinos como Estados Unidos, África e Ásia. As malas Louis Vuitton eram o protótipo da modernidade que combinava com esse momento.


            Um fato curioso é que o aumento do sucesso da marca foi proporcional ao número de imitações. O desejo de possuir produtos que eram feitos para a nobreza e classes abastadas se disseminou rapidamente. A marca chegou aos Estados Unidos e ao resto do mundo. E com as divulgações maciças da mídia, o uso pelas celebridades, a nova nobreza no inconsciente coletivo e o desejo de todos chegarem a esse estilo de vida, de luxo e riqueza, é cada um pode ter sua Louis Vuitton, não importa a procedência, mas o prazer inconsciente que a marca vende.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

LADRÃO DE CASACA: O CHARMOSO FILME DE HITCHCOCK



                Sou assumidamente fã de filmes antigos, particularmente os filmes da década de 1950, considerada a época de ouro do cinema de Hollywood. Embora não figure nas listas das obras primas de Alfred Hitchcock Ladrão de Casaca, de 1955 é um excelente filme, com várias das marcas registradas do mestre do suspense. Mas uma vez, Hitchcock vai se debruçar com um dos seus temas preferidos, o de um homem sendo procurado por um crime que não cometeu. Nesse caso, o homem é John Robie um antigo ladrão de joias americano conhecido como The Cat, que vive sossegado em sua bela mansão na Riviera Francesa até que uma nova onda de roubos de joias começa a tomar conta da região e as suspeitas recaem sobre ele.


      Logo de início temos uma perseguição sobre as belas curvas sinuosas da Côte D’Azur, as cenas tornam-se ainda mais fantásticas graças às tomadas aéreas feitas de um helicóptero, o que não era comum para a época. Hitchcock também tempera o filme com outras características que são típicas de sua obra, como ele próprio aparecer no filme, ou quando fala de receitas e comidas.



            Outro aspecto interessante é o romance vivido por Kary Grant e Grace Kelly, que mesmo num filme de suspense assume importante papel. Francis sua personagem ocupa boa parte da trama, desde que ela aparece pela primeira vez em cena é impossível não ficar hipnotizado com seu charme e elegância. A filmagem no formato Vista Vision equivalente ao Cinemascope, figurinos impecáveis desenhados por Edith Head e os diálogos cheios de malícia entre ela e Kary Grant, marcaram a sua  última parceria com Hitchcock. Logo após ela se tornaria Princesa de Mônaco e abandonaria o cinema.



            Quis o destino que Grace Kelly morresse em 1982 na mesma estrada em que aparece dirigindo o seu carro conversível em algumas cenas do filme. A minha sorte de ter a oportunidade de conhecer e procurar entender o filme, é o grande trunfo do cinema que tem a capacidade de imortalizar ícones no auge de seu talento e beleza, e possibilitar que outras gerações conheçam o que foi produzido. Pelo charme da Riviera Francesa e dos atores, do romantismo da trama e da expectativa que Hitchcock provocou em mim para decifrar o enigma do filme é que o tenho na minha lista de melhores do cinema.



             

quinta-feira, 28 de junho de 2012

QUANDO LI DANTE




Lembro-me bem quando li Dante Alighieri e a impressão que a beleza do seu poema causou em minha vida. Os tercetos e decassílabos em rimas alternadas e encadeadas trouxe musicalidade à minha leitura. Penso na influência que a obra exerceu na cultura ocidental nos últimos 700 anos e vejo sua imensurável importância. A jornada que Dante empreende, a meio caminho de sua vida, pelo Inferno, Purgatório e Paraíso, é um mapeamento da história e do pensamento universais. O poema dá a impressão de iniciar um processo que não pode mais parar, o processo em que cada homem se enfrenta e faz a inevitável viagem para dentro de si mesmo. A Divina Comédia não é simplesmente um poema é um mapeamento da história e do pensamento universais, por meio da fervorosa ideologia cristã que se julgava capaz de explicar todas as coisas. O seu estilo é tão original que tenho a impressão de que com sua linguagem foi capaz de redescobrir o mundo. 



quarta-feira, 27 de junho de 2012

PENSANDO A ALEGORIA DA CAVERNA DE PLATÃO




            Hoje acordei lembrando Platão e sua Alegoria da Caverna e pensando na condição humana. Estamos presos num mundo de sombras, o mundo real está oculto para nós. Somos o produto dos interesses da sociedade da qual fazemos parte. Os nossos gostos e os nossos valores foram construídos para pensarmos como pensamos e acreditar naquilo que acreditamos. Confundimos sombra com realidade, mas não temos como saber que estamos sendo enganados.
            Em sua alegoria o sol que brilha fora da caverna representa a nossa ideia do bem. E essa visão só é vista com esforço. A ascensão do prisioneiro representa a jornada rumo ao verdadeiro conhecimento o conhecimento das ideias e, por fim da ideia do bem. O prisioneiro descobre a ideia ilusória que normalmente consideramos realidade e se luta para ajudar aos outros a encontrar a verdade. Mas o resultado é que os outros zombam dele e continuam atados à sua ilusão.

            É isso que o conhecimento do conhecimento faz com quem o apreende, mostra o real por traz do ilusório e do construído. É essa ideia do BEM, muito próxima da nossa filosofia cristã, que traz luz ao nosso mundo de sombras. 

terça-feira, 26 de junho de 2012

PENSANDO O SÉCULO XIX


O século XIX trouxe com ele o triunfo e a vitória dos humanistas, o rompimento definitivo com os ideais teocêntricos medievais que vinham abalados desde o Século XV, constituiu um retorno à cultura e à religiosidade pagã. É o século da oficialização da promulgação e da instituição do ateísmo. É o culto ao cientificismo e ao método científico.




A vida das pessoas foi fundamentalmente transformada. Era possível viajar em trens a vapor numa velocidade de 150 km/h, ou em navios movidos a vapor. As pessoas passaram a fazer viagens com finalidades turísticas e a praticar esportes. Com a Revolução Industrial a máquina diminuiu os esforços físicos dos homens. As casas burguesas já contavam com luxos como iluminação a gás, cortinas e tapetes. Hábitos higiênicos, como o uso do banheiro foi introduzido.



A vida ficou mais interessante com os gramofones, as máquinas de escrever, as porcelanas inglesas e as fotografias. A moda, o esnobismo e o individualismo passaram a ser cultivados. Os trabalhadores do mundo se uniram. A burguesia viveu incertezas, a mulher se emancipou e as artes foram transformadas.


Esses eventos mudaram o nosso mundo Ocidental e inauguraram a nossa Modernidade. E são os elementos que constituem essa chamada Modernidade que iremos discutir nesse espaço.