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terça-feira, 23 de setembro de 2014

COMO OZ CHEGOU A SER OZ?


Reafirmo o que disse em outros textos dentre as artes o cinema é o meu melhor remédio, minha maior influência e minha melhor inspiração. Ontem após um dia nebuloso resolvi ver o mundo se tornar colorido através das lentes do Mágico de Oz (1939). Percebi o quanto que os personagens do filme serviram de estereótipos para mim, para as culturas de massa, para a nossa contemporaneidade, em especial a bipolaridade entre o que seria o bem e o mal. Me fez muito bem ver o pulsante cenário em Tecnicolor, com suas flores de plástico seu horizonte pintado, suas fumaças amarelas, sua cidade das esmeraldas reluzentes.


Aprecio filmes em que a história apresente boa longevidade e quanto a isso Oz cumpre bem o seu papel. Para mim é o equilíbrio entre infância, diversão e uma bela mensagem da universalidade do amor, do apego a terra natal e a família. Vendo o filme com meus olhos de adulta percebo que Judy Garland, empresta a Dorothy um olhar amoroso e cativante, que nos faz acreditar que realmente ela conseguirá voltar para casa. Minha cena preferida, talvez uma das melhores de todo o cinema é quando ela, já com os indefectíveis sapatos vermelhos segue obstinada o caminho de tijolos amarelos em busca de seus objetivos.



Não me incomoda a inspiração teatral do filme, me admiro como uma técnica nova na época como o Tecnicolor foi tão bem empregada. É tudo absurdamente bonito. A bondade de Dorothy em ajudar os que encontram em seu caminho (Espantalho, Homem de Lata e o Leão) é universal e a ideia que é preciso acreditar em si mesmo não envelhece. Considero um dos melhores filmes já feito, provando que um filme infantil não precisa ser necessariamente tolo para divertir. A bela mensagem e as excelentes interpretações ainda terão denso significado por muito tempo, tanto para a história do cinema, quanto para expectadores de todas as idades.

sábado, 30 de agosto de 2014

O AMOR PLATÔNICO


            A contribuição platônica para o mundo metafísico é uma das maiores contribuições do pensamento do mundo ocidental que explica os muitos porquês presentes no nosso cotidiano. Platão entendia que só através do amor, o homem se organiza, tem sentimentos e desejos de estar bem consigo mesmo e com seus pares. A filosofia platônica tem como relevância a descoberta superior do mundo sensível, ou seja, da metafísica do ser, um mundo para além do físico. O objetivo de Platão é chegar ao conhecimento através da verdade, através de um conhecimento universal.


            No amor platônico o ideal é que o amor molde o caráter, a estrutura social, trazendo o seu maior legado que é o Bem, individual ou coletivo. Ao pensar no amor nos dias atuais é impossível não ver resquícios desse amor platônico que permanece vivo em nossas definições. Por mais que se mudem as palavras o sentido é o mesmo, as características são as mesmas, pois o tempo não muda o ser humano em sua essência. 


            No nosso tempo, o amor é encarado como impossível em meio a essa sociedade moderna, onde é confundido com o ter e não com o ser, mas ainda hoje ficamos perplexos diante da força que o amor pode exercer sobre o homem, sobre a natureza, pois ele nos move para a busca incessante da própria satisfação seja material ou espiritual, base para o bem é uma maneira de expressar a importância de nos mantermos vivos.



O entendimento do amor platônico, nos revela que, através do exercício intelectual, espiritual, material, evoluímos e somos melhorados  na perspectiva do conhecimento, do viver bem, de dentro para fora e vice- versa, na intenção de não guardar, mas expandir e difundir a verdade, dando sendo à nossa existência.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

ARTE APAIXONADA


            O amor acompanha a humanidade desde sempre é o que os antropólogos chamam de “universal” já que está presente em todas as culturas. O que muda são as formas que ele assumiu ao longo dos tempos. Elaborei uma lista das principais manifestações sobre o amor retratas através das artes, usando como critério de escolha a relevância histórica de cada manifestação artística.


            Memi e Sabu (2465. a.C.)- no antigo Egito estátuas de casais eram colocadas para embelezar as tumbas da elite local e simbolizavam a união eterna. Na inscrição ao pé da estátua o casal é identificado como Memi e Sabu. Apesar do texto não identificar a relação entre eles, acredita-se que eram marido e mulher.


            Vênus de Milo (século 2 a.C.)- os gregos adoravam dois deuses do amor Afrodite e Eros, a quem eles recorriam para pedir ajuda para se lamentar. A estátua grega mais conhecida no mundo é a de Afrodite, conhecida pelos romanos por Vênus, que também era a deusa da beleza.


            Oferenda do Coração (século 15)- durante a Idade Média, surge a ideia de amor cortês. Esta tapeçaria é um exemplo do culto do homem a mulher amada, na figura ele oferece literalmente seu coração a uma bela mulher medieval.


            Eros e Psiquê (1798)- a história de Eros (ou cupido para os romanos) é um exemplo de amor entre deuses e mortais, tema recorrente entre os antigos gregos que foi retomado pelo neoclassicismo.


            Boating (1874)-  quadro do francês Édouard Monet retrata cenas da vida cotidiana de casais do século 19. Jovens que escolhem seus próprios acompanhantes e passeiam sozinhos como esses dois, que navegam tranquilos e apaixonados no rio Sena.


            O Beijo (1886)- escultura do francês Auguste Rodin, uma das mais famosas do mundo representa os amantes adúlteros Francesca e Paolo, que, na obra do italiano Dante Alighieri foram mandados ao inferno por seu amor ilícito. Ela simboliza a tragédia da paixão proibida e sem esperanças.


            E o Vento Levou (1939)- no fim dos anos 1930, foi lançado um dos maiores sucessos do cinema de todos os tempos. A história de amor entre a órfã Scarlett O’Hara e o aventureiro Butler. Retrata as dificuldades de uma paixão para vencer os limites impostos pela sociedade machista e patriarcal.


            O Beijo do Hotel De Ville (1950)- o francês Roberto Doisneau fotografou, em 1950, um casal até então anônimo se beijando em frente ao Hotel de Ville em Paris. A foto virou um símbolo do amor público, desinibido, livre de qualquer barreira social.



            O Beijo (1969)- o espanhol Pablo Picasso pintava todas as mulheres que se apaixonava e foram muitas. Em seus quadros elas surgiam em movimento de transição, acho O Beijo uma das suas obras mais significativas, dentro da temática amor.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

UM SONHO DE LIBERDADE



            Um Sonho de Liberdade mais do que um filme é uma experiência espiritual, que cria uma expressão tão calorosa em nossos sentimentos que é capaz de nos fazer sentir membros de uma família. O filme flui lentamente seguindo o ritmo calmo e observador de seu narrador. É mais profundo do que a maioria dos filmes e traz como mensagem fundamental a continuidade de uma existência baseada em esperança e amizade.


            A cena de início do filme mostra o condenado, o banqueiro Andy, recebendo prisão perpétua pela morte da esposa e do amante. E o personagem de Morgan Friedman narrando a primeira vez que o viu. Desde a chegada de Andy no ônibus da prisão até o final do filme nos só vemos como os outros o veem. A história é construída de forma diferente nos fazendo questionar se Andy, realmente matou aquelas pessoas? Ou porque ele é tão introspecto. Não é uma história centrada num herói bravo e destemido, que seria o convencional.


            Boa parte do filme envolve muda solidão e reflexão filosófica sobre a existência. O personagem de Morgan Friedman é o condutor espiritual do filme nos o vemos em três audiências de condicional,  depois de vinte, trinta e quarenta anos. Na primeira ele tenta convencer a junta que está reabilitado, na segunda ele finge e na terceira ele rejeita, qualquer forma de liberdade e o interessante é que ao fazer isso ele deixa seu espírito livre.


            O filme foi construído para nos fazer observar a história e não para distrair a plateia. Acho que distração é o que tem de muito pouco nesse filme. Os atores gostam de desempenhar os seus papéis. A história se desenrola de forma ordenada, e o filme reflete a longa passagem das décadas. O personagem de Morgan Friedman reflete e diz: quando eles colocam você na cela, quando aquelas barras de ferro batem violentamente cerrando as portas, então você sabe que é verdade. A velha vida desaparece, nada resta a você além de todo o tempo do mundo para pensar a vida.


            Revendo o filme, eu o admirei mais do que a primeira vez. O apreço por bons filmes, cresce com a familiaridade, assim como acontece com a música. Alguns costumam dizer que a vida é uma prisão, essa prisão pode ser por motivo de escolhas ou por se está doente, sendo assim, somos Red, o personagem de Friedman e o nosso redentor é Andy. O filme é uma obra de arte que trata de uma coisa mais profunda do que ele seja capaz de admitir.