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domingo, 31 de agosto de 2014

AS FOTOS MAIS FAMOSAS DO MUNDO


            A fotografia tem sido o meio mais perfeito para registrar manifestações culturais e pessoais. A fotografia é tão importante para a sociedade que fica quase impossível imaginarmos uma família ou um conglomerado de pessoas que não tenha sido fotografadas. A fotografia é o instrumento que propiciou a todos a busca da própria identidade. Selecionei algumas fotografias que são consideradas por jornalistas, estudiosos do assunto e o público em geral como os registros fotográficos mais famosos que se têm notícia. A ordem em que aparecem é totalmente pessoal, procurarei usar como critério a importância semiótica de cada foto para as artes visuais contemporâneas.



Einstein- é um rosto conhecido em todo o mundo, reproduzido nas mais diversas áreas, sua foto de língua de fora foi feita em 1951. Pode-se dizer que ele foi o primeiro cientista “pop” do meio acadêmico envolvendo-se em questões políticas e sociais, além de prêmio Nobel e vária referências foi eleito pela revista Time como o homem do século XX.



Almoço na construção de um arranha céu- foto feita em março de 1932 pelo fotógrafo Charles C. Ebbets é uma das mais icônicas do século XX. a fotografia mostra trabalhadores almoçando despretensiosamente sem segurança no topo de 69 andares do Rockefeller Center no centro de Nova York. Desde o início a foto teve suspeita de montagem, mas foi comprovada sua autenticidade. Na época os Estados Unidos viviam os primeiros anos da Grande Depressão, o povo americano falido costumava aceitar qualquer emprego, ainda que representasse risco de vida.


Beijo no Hotel De Ville- a foto é considerada um das mais vendidas da história. Em 1950 o fotógrafo Robert Doisneau encontrava-se tomando café em Paris quando captou a imagem de um casal apaixonado se beijando intensamente enquanto caminhava no meio da multidão. Na verdade a foto não foi intencional mas projetada pelo fotógrafo.



Abbey Road- foto famosa da Banda Beatles de 1969, feita pelo fotógrafo escocês Ian Mac Miley. A foto feita em uma faixa de pedestres de uma rua em que os quatro atravessam de forma despretensiosa. A história fez sua parte ninguém imaginava que a banda chegaria ao fim alguns dias depois. O interessante que a faixa de pedestre passou a ser um local de peregrinação para os fãs da banda e que a foto original foi realizada de maneira quase improvisada.


Garota Afegã- foto feita pelo fotógrafo da National Geographic Steve Mac Curry em 1984. Sharbat Gula ficou órfã durante o bombardeio da União Soviética no Afeganistão. Quando a fotografia foi feita ela era uma das estudantes de uma escola informal dentro de um campo de refugiados. A imagem de seu rosto com um lenço vermelho com seus marcantes olhos verdes olhando diretamente para a câmara foi considerada símbolo do conflito e é a foto mais famosa da revista.



Beijo na Times Square- foto de agosto de 1945 feita pelo fotografo Alfred Eisnstaedt, nesse dia os americanos saíram as ruas para comemorar o fim da Segunda Guerra Mundial. A história é conhecida e conta de uma forma simples que um marinheiro norte-americano, assim que soube que a Segunda Guerra Mundial tinha terminado, agarrou-se a uma enfermeira que passava pelo local e beijou-a e assim nasceu uma das fotografias mais íconicas de celebração pós-guerra.



Guerrilheiro Heroico- a foto é considerada uma das mais famosas do século XX e reproduzida a esmo pela cultura “pop”. Em 1960 durante uma cerimônia fúnebre que homenageava vítimas da explosão de um barco em Havana, o fotógrafo cubano Alberto Korda registrou uma imagem de Che em um momento de concentração, parado em pé com o olhar compenetrado. Mais tarde ganharia o nome de Guerrilheiro Heroico e se transformaria em ícone de revolução.



quarta-feira, 5 de março de 2014

A MODERNIDADE DA REVISTA O CRUZEIRO.


            Quando começou a circular em 1928 a revista O Cruzeiro já se auto qualificava como um veículo moderno, que trazia com o seu nascimento o anúncio de um novo mundo de arranha céus. O interessante é que no dia do seu lançamento a publicação atingiu simultaneamente todas as capitais do Brasil, o que lhe garantiu o pioneirismo em termos de abrangência nacional. A ideia inicial foi do jornalista português Carlos Malheiro que por dificuldades financeiras, vendeu o título a Assis Chateaubriand (1892-1968) empresário e jornalista. A época ele já possuía alguns jornais e a nova revista contribuiu para o seu conjunto de veículos.


            Em pouco tempo se transformou em um título de grande destaque no mercado editorial brasileiro, encontrando um sucesso de público que se estenderia por décadas até sua última edição em 1974. A revista possuía independência para definir a pauta e os procedimentos internos. Porém como os outros veículos do Diários Associados, estava sujeita a acatar as vontades e os interesses de seu proprietário. Sendo usada como ferramenta de pressão política e ideológica. Era vitrine e meio privilegiado para divulgação de notícias, assuntos variados e campanhas de interesse nacional.


            O Cruzeiro marcou época na história do jornalismo brasileiro ao incorporar a reportagem investigativa e o modelo de fotojornalismo. A fotografia substituiu a ilustração trazendo para as matérias mais impacto visual. A revista era a aproximação da jovem República com o  que se convencionou chamar de civilização ocidental, positivista e tecnocrática, um flerte com as ideias de Modernidade, modernismo e vanguarda. A revista buscou por enaltecer traços que ajudassem na representação do país como nação moderna e democrática.




            O Cruzeiro apresentava matérias jornalísticas sobre temas nacionais e estrangeiros, textos primorosos bem diagramados, apresentando boas fotos e ilustrações. Sua receita pode ser decifrada como uma resenha do noticiário semanal nacional e internacional com muito material fotográfico, literatura, reportagens sobre locais exóticos e quase desconhecidos da flora e fauna nacionais, colunas que abordavam um grande espectro de assuntos.


            Tais características fizeram O Cruzeiro se firmar como a grande revista de penetração nacional em poucos meses após seu lançamento. Muitos leitores se dirigiam à redação da revista na tentativa de encontrar o exemplar que não haviam conseguido comprar nas bancas. O Cruzeiro circulava em todas as classes sociais; tinha como público fiel mulheres e homens, idosos e adolescentes, moradores de grandes e de pequenas cidades, circulavam do Sul ao Norte do país, como desejou “Chatô”, ao projetar a revista.


            Eram destaques na revista as colunas O Amigo da Onça e a seção Garotas coluna de ilustração impressa em cores sobre as jovens modernas e breves textos de ironia e humor. Carmen Miranda era campeã de capas nos anos1940 e Getúlio Vargas figura frequente.  Tinha em seu quadro nomes como: Millôr Fernandes, Ziraldo, Raquel de Queiroz, Anita Mafalti entre outros. E foram eles que construíram um outro patamar sobre a imprensa nacional. Desconsiderando as questões ideológicas, O Cruzeiro inaugurou um outro estilo mais maduro e profissional, com grandes reportagens que fizeram história com iniciação no candomblé, índios, misseis, personagens políticos, extra terrestres, sobre tudo que pudesse ver e ser visto.


            O Cruzeiro trouxe incontestável contribuição para os estereótipos, arquétipos e modelos que temos do Brasil em seus aspectos visuais, culturais, sociais, econômicos e políticos do que seja a nação brasileira e sua chamada modernidade.