domingo, 18 de novembro de 2012

JAMES BOND: O PASSADO QUE SE RENOVA



            Cinema é uma das minhas grandes paixões, mas nunca curti muito filmes de ação, uma exceção são os filmes da série 007, inventados por Ian Fleming, acho que pelo tom geopolítico e a mensagem de política internacional me conquistaram. Uma época comprei todos os filmes, resolvi assistir e é para mim até hoje uma diversão incrível.



            O personagem 007, James Bond foi criado por Ian Fleming (1908-1964) em 1953, a sua inspiração veio de vários agentes de inteligência que trabalhavam para a marinha britânica, que o autor conheceu na época da Segunda Guerra Mundial. Acredito que quando resolveram levar para o cinema não se imaginava que estivesse surgindo uma franquia tão rentável.


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            O agente foi vivido oficialmente por seis atores (Sean Connery, de longe o meu preferido e imbatível, pelo charme, elegância e coragem que deixa transparecer, Roger Moore, Timothy Dalton, Pierce Brosnan e Daniel Craig), foi protagonizado 23 longas metragens e 15 diretores. Sobre o Daniel Craig, só acredito que foi capaz de incorporar o personagem agora no último filme de 2012 Skyfall.





            Para mim, o insuperável é o primeiro filme da série com o magnifico San Connery 007 Contra o Satânico Dr. No (1962), é nesse momento que é estabelecido as características que vão marcar o herói: um elegante e perspicaz bom vivant, que gosta de belas mulheres, sabe curtir os prazeres da vida e se empenha como ninguém em salvar o mundo. Úrsula Andrés é o arquétipo da Bond girl, bonita, dúbia e muito perigosa.


            Existem algumas marcas que são registradas na série que para minha alegria, voltam com entusiasmo nesse último filme, as canções, o uso de contorno e sombras na abertura, o carro do 007, o Aston Martin prateado de Goldfinger e 007 Contra Chantagem Atômica e os equipamentos tecnológicos, que magistralmente é somente o uso do rádio, as críticas consideram como uma homenagem do filme aos 50 anos da série.




            Surgido no auge da Guerra Fria, Bond encarna o medo que vivia a sociedade ocidental, exteriorizada pelos vilões bizarros. O que me entristece é que a partir dos anos 1990, o herói cedeu ao cinema de pancadarias, sangue e cenas de efeito que casam com o cinema mais moderno, mais apesar disso ainda é um prazer ver Bond, James Bond. 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

SOBRE A QUALIDADE DOS NOSSOS PENSAMENTOS




            Pensar é o ato que nos torna humanos, por vivermos em sociedade, somos influenciados por uma série de fatores, Edgard Morin filósofo francês vê o homem como um ser formado por aspectos biológicos, culturais, psíquicos, sociológicos e espirituais. Assim, os nossos pensamentos são influenciados por essa multiplicidade de elementos.



            Os estudiosos da saúde, principalmente das terapias alternativas, aquelas que estão  fora da medicina ocidental tradicional, acreditam que a qualidade dos nossos pensamentos, ou seja, o grau de positividade com que encaramos o cotidiano contribui para o nosso bem está físico e mental. O contrário seria prejudicial a nossa saúde.


            Aristóteles entendia que nossos hábitos são criados a partir de nossas iniciativas em ter novas atitudes. Daí decorre os nossos pensamentos, a partir do momento em que tomarmos a iniciativa de pensar de forma positiva, isso se tornará um hábito. Os nossos sentimentos, e o que pensamos, são o norte para o bem e o mal viver. Cultivar bons pensamentos é a chave para o nível de qualidade que queremos ter para a nossa vida, para o nosso dia, para compartilhar com as pessoas que dividem a vida conosco.


Acredito que cabe a cada um de nós despertar e desenvolver a capacidade natural para controlar a natureza dos nossos pensamentos e sentimentos, para não permitir que estados negativos, muitas vezes centrados em âncoras imaginárias possam desequilibrar a nossa vida. A chave para uma vida tranquila e consequentemente mais feliz é o olhar que temos dos fatos do nosso dia a dia. 

domingo, 11 de novembro de 2012

SABER PERDOAR




            O que é a ofensa, se não o ato de agressão do outro em relação a nós, agressões das mais diversas naturezas, capazes de gravar no nosso psiquismo lembranças que dificilmente podem ser esquecidas. Perdoar independe de esquecer, até porque somos seres dotados de inteligência, e dentro dos parâmetros de normalidade mantemos em nossa memória os fatos da nossa vida.


            A diferença fundamental é que aquele que perdoa consegue se livrar dos ressentimentos, que seria a forma de você sentir novamente a dor da ofensa. Quem perdoa se torna livre, sem a necessidade de ficar preso a nenhum sentimento de natureza negativa.


            Acredito também que perdoar independe do consentimento ou da aceitação do outro, é um ato de adesão voluntária, é um ato de amor que simplesmente se sente. Mas, existe um tipo de perdão que eu considero extremamente importante, aquele que você concede a si próprio, se perdoando pelos erros cometidos, e procurando seguir o caminho da vida da forma mais justa possível, pautada em valores universais como: o amor, a solidariedade, a tolerância, a compreensão, a caridade.


Uma vez ouvi uma historia de que uma mãe que procurou Gandhi para pedir a ele que dissesse ao seu filho que parasse de comer açúcar e ele falou que ela poderia voltar com um mês, após esse período a mãe voltou e ele disse para a criança que parasse de comer açúcar e explicou que não tinha  feito antes porque ele mesmo ainda comia, ou seja, não devemos cobrar do outro aquilo que não fazemos nem possuímos. A mudança que queremos para o nosso mundo necessariamente começa por nós.

            Acredito que quando o ser humano entender que  perdoar é conquistar o enobrecimento, o homem será forte pelo amor e compreensão que seja capaz de distribuir, na vida é preciso se livrar de magoas e ressentimentos para poder seguir o caminho da auto evolução.



domingo, 4 de novembro de 2012

A HORA DE DESACELERAR



            Tenho a impressão que vivemos o tempo todo em ritmo frenético, conheço pessoas que trabalham doze horas por dia e se consideram bem sucedidas, porque acreditam ser necessário viver desse jeito em sua grande maioria para manter o alto custo de consumo que tem as suas vidas, isso é o homem contemporâneo.


            O filósofo Nietsche dizia que aquele que não tem dois terços do dia só para si é escravo, não importando o que seja: estadista, comerciante, funcionário ou erudito. Vivemos um processo de histeria coletiva pelo correr das horas, onde as pessoas dizem que as 24 horas do dia não são suficientes para a resolução dos seus afazeres.


            O trabalho invadiu de uma forma desordenada a vida pessoal, a ânsia das pessoas para viverem de acordo com os padrões da contemporaneidade em especial os padrões de consumo, torna o ter coisas, mais importante do que ser alguém que valoriza momentos simples como o olhar nos olhos de quem fala, valorizar o por do sol, ou está ao lado de alguém que precisa de ajuda.


Comungo do pensamento de Aristóteles que acredita que a meta é a busca do equilíbrio, sem excessos de atividades que levariam a desgastes, nem excessos de descanso que pode chegar a estagnação. Para mim aproveitar bem o tempo é se conhecer cada vez mais, e buscar a paz interior. Por fim tenho um questionamento que ecoa em minha cabeça: para que correr tanto se a vida é um bem tão raro?